29 de novembro de 2010

O CAIR DAS BORBOLETAS


CARTA POR BEL RODRIGUES


Já estou cansada de fazer amor com quem eu não quero estar, pois é contigo que quero transmitir o meu doce amar e que é ao teu lado que eu sempre quero estar, é a você e á ninguém mais que eu quero amar. 
Quem mas teria merecido meu amor belo e secreto? 
Todas as noites eu te visito em sonhos, é, eu não posso evitar, tais sonhos me deixam dormente, formigando e completamente sem ar, neles é a tua bela face que sempre estou á contemplar, é o teu desejável corpo por mim tão querido e pelos meus sentidos todos considerado amável, ele é quem toco procurando me saciar, procurando te amar, e tentando me fartar de tua essência, tu és, minha querida alma gêmea, mesmo parecendo tão impossível aos olhos humanos. 
Mas quando acordo, fico desapontada, pois percebo que tudo não passou de mais um sonho, e então fico totalmente desolada, desprotegida, me sinto como um anjo exilado e abandonado pelos deuses do amor.
No rosto de outros homens, tento encontrar o teu escondido, e neles eu busco algo de teu, qualquer gesto que o traga de novo pra perto de mim, mas nos lábios de outros eu não sinto a essência de tua alma que me entorpece e alucina, são nos teus braços abrasasivos aonde eu projetei construir a minha cidade, são neles que usei a sua mentira pra inventar a minha verdade. 

Sem você ao meu lado, todo o resto é inútil.
Ainda sinto os seus passos, sua respiração aproximando-se de mim, acordando-me de um sono quase infantil. 

A sensação de você hoje se fez mais forte, pensei em você me dizendo que sempre estaria ao meu lado, em cada nota aguda de Mother - Pink Floyd, ate a ultima gota de pó e suor, mergulhei em um tempo no qual nada e nem ninguém poderá apagar, estou ouvindo, tentando sentir você de novo. 
Um fino véu nos separa agora, às vezes fico á pensar se me enxergas através dele, se consegue ver o meu sorriso tristonho á você sempre dirigido, este sentimento romântico que ainda guardo por ti, me parece ser algo infinito.
Sabe, às vezes eu me sinto como um cândido anjo perdido, e por ti esquecido, á lhe gritar no silêncio de um quarto escuro, das pontas de minhas asas brancas caem gotas de sangue que foram feridas pelo anjo negro da dor.
Você parece não escutar este meu silencioso grito, este meu berro que lhe é extensivo, que machuca cruelmente os corações das borboletas que caem mortas ao chão ao ouvi-lo e ao senti-lo.
As borboletas não conseguem suportar a dor profunda que brota deste grito angustiado, que clama pelo teu amor, meu corpo, esta formigando, completamente dormente em meio á este meu grito, não temo mais nada, a dor funda-se ao som das batidas de Mother, sinto você em cada nota. 

Agora sou apenas um anjo perdido e caído, o solo da guitarra está ficando cada vez mais alto, sinto em cada veia ele entrando cada vez mais alto e mais rápido, sinto você em cada partícula humana que ainda resta. 
De meu sangue exposto ao solo brota a mais bela flor, dele germina o lírio branco, que será colhido e oferecido á você, eu o deixarei ao pé de tua mais nova morada, e mesmo que não saibas quem o lírio te enviou, é do tempo agora que espero uma resposta: Por que fui eu a merecedora de teu dulcíssimo amor.

Um comentário:

  1. Princesa, vc é um doce de pessoa. Linda, sensível, inteligente e acima de tudo uma romântica, bjos.

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